Dugin e a Terceira Roma

Dugin é agora o expoente mais proeminente do renovado apelo ao estabelecimento de uma Terceira Roma como pretexto para reviver a hegemonia russa na Europa Oriental e na Ásia Central, em um novo sonho imperial conhecido como União Eurasiática. Quanto à identidade do vindouro Katechon, Dugin não tem dúvidas de que é o Império Romano, a Terceira Roma, um papel a ser cumprido pela Rússia. Em última análise, explica Dugin:

  • “O significado da Rússia é que através do povo russo será realizado o último pensamento de Deus, o pensamento do Fim do Mundo… A morte é o caminho para a imortalidade. O amor começará quando o mundo acabar. Devemos ansiar por isso, como verdadeiros cristãos… Estamos desenraizando a maldita Árvore do Conhecimento. Com ela perecerá o Universo.”

Em toda a Europa, explica Parvulesco, um dos mentores de Dugin, “grupos” geopolíticos trabalhando clandestinamente pela causa de um novo Império Eurasiano do Fim dos Tempos, estiveram à espreita desse fim iminente, anunciado pelo aparecimento desse “homem da providência”, o novo “ conceito absoluto”. Essa mudança anunciada pode ser encontrada, segundo Parvulesco, em um documento recente desse vasto movimento político clandestino, intitulado “Eurasian Imperial Pact”, que afirmava:

  • “É do confronto de nossas doutrinas imperiais e católicas com a realidade política atual, que desafia revolutivamente diretamente, do qual resultará dialeticamente, o surgimento final do Grande Império Católico, constituindo nosso objetivo último, o Imperium Ultimum , do Regnum Santuário”.

E, de acordo com Parvulesco, assim como os mistérios ocultos da Divina Providência ordenaram o súbito colapso do comunismo, também a conspiração globalista para impor sua doutrina do chamado “politicamente correto” democrático é devido à sua própria destruição. Parvulesco declarou: “agora a história democrática da Europa está morta”. Em 1976, Parvulesco publicou La ligne géopolitique de l’URSS et le ‘projet océanique fondamental’ de l’Amiral GS Gorchkov(“A linha geopolítica da URSS e o ‘projeto oceânico fundamental’ do almirante GS Gorchkov”), no qual previa que a União Soviética acabaria por prevalecer sobre o outro campo e acabaria mudando o curso da história. Como predisse Parvulesco, o campo que prevaleceria seria: “Aquele que revelará, dentro dele, a vontade de destino do homem providencial, que será, também, o homem da última batalha. Quando ele virá, aquele? Inelutavelmente, na hora marcada.”

Vladimir Putin, segundo Parvulesco, é antes de tudo a emanação direta dos conselhos secretos revolucionários permanentes do Exército Vermelho, representados pelo GRU (serviço secreto da ex URSS). De acordo com Parvulesco, Putin – como o novo governante supremo da “Nova Rússia” – é esse “conceito absoluto”, o “homem providencial”, que ajudará a realizar essa Totale Weltrevolution que está sendo secretamente esperada como o “ afirmação polaire do fim”. De acordo com Parvulesco, Putin é um herdeiro da revolucionária Ordem Eurasiana dentro do GRU. Representa, explicou Parvulesco:

  • “A tese imediatamente operacional da mobilização total, da “mobilização revolucionária” das estruturas político-administrativas, sociais, culturais e até religiosas da Rússia, em direção a um “grande projeto” supra-histórico, constituindo o núcleo central da doutrina revolucionária imanente da Rússia Forças Armadas de outrora e de hoje, redescobrindo assim os princípios superativadores do Império Russo original, segundo sua identidade missionária, “romana, imperial”, desde seus primórdios nas armas, seguindo sua identidade “abissal, oculta”, “polaires”.

Leiam as Teses Políticas e Geopolíticas de Parvulesco no primeiro comentário.

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